SER ACÓLITO

Somos Vocacionado à Acólitar

1.1 A Essência primordial do acólito

A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Dado que se pode acompanhar alguém indo à frente, ao lado ou atrás de outras pessoas, acólito é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar.

Quem é que o acólito acompanha e serve?

Em primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da missa, que tanto pode ser o bispo como o presbítero; em segundo lugar acompanha e serve o diácono, o ministro extraordinário da comunhão, seminarista ou outras pessoas que precisam de ser ajudadas durante a celebração. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas responsáveis por essas mesmas celebrações.

Mais do que fazer muitas coisas para achar que se é acólito, é preciso sê-lo na sua essência. Um acólito na sua essência é alguém que tem prazer em servir a liturgia, da qual falaremos mais adiante. Um prazer que brota de uma amizade autêntica com Jesus.

Ninguém pode ser acólito por status, mas sim por vocação. Tu foste chamado para o serviço do altar, isso é uma sublime vocação. Porém, a vocação sendo um chamado primordial Divino, necessita ulteriormente de uma resposta do homem que é chamado.

Imaginemos o rei e os seus servos. O rei mesmo sendo rei, por humildade e também por necessidade se faz precisar de servos. Estes, por sua vez, servindo ao rei, tomam parte naquilo que é do Rei para melhor servi-lo. O acólito é um servo do rei Jesus, que presente na Eucaristia, se faz precisar de servos para manifestar o seu reinado na vida do povo através da liturgia da Igreja.

O acolitar não é um fato isolado, somente restrito ao domingo e/ou no dia em que o acólito estiver escalado para servir. É preciso ser acólito em todos os lugares através do testemunho de vida.

Óbvio que isso não quer dizer que tu, no teu trabalho, na tua escola, na tua casa, etc, andarás com um cartaz na mão dizendo: “-Eu sou acólito(a).” Mas esse slogan deve estar no teu coração, na tua consciência. Com certeza, todas as tuas atitudes, partindo desse pressuposto cordial e consciente em teu interior, falarão de Deus como consequência.

“O mundo está cansado de palavras, é preciso evangelizar com a vida”(Paulo VI). O serviço a Deus deve nos envolver por inteiro, em todas as esferas da nossa vida. Assim sendo, o serviço de acólito vai além do altar, vai para as ruas, para as escolas, para os escritórios. De maneira alguma isso deve ser um peso ou vergonha para ti, pelo contrário, é motivo de alegria e orgulho. Ainda que muitos não entendam e talvez até zombem de ti, o Senhor Jesus, Aquele à quem tu serves, dará ao teu coração a paz e a certeza de que vale a pena servi-lo.

 

1.2 Virtudes do acólito

“Nós tornamo-nos aquilo que valorizamos e buscamos.”

 

Se tu valorizas o serviço do acólito, tu serás então um bom acólito(a). No valorizar estão contidas as virtudes do bom acólito, levando em consideração que virtudes não são mesmas coisas que normas. A virtude provém de um hábito bom e estável. Eis as virtudes do acólito:

-Pontual: O acólito deve chegar no mínimo 15 minutos antes da celebração litúrgica, para fazer a sua oração e depois Se dirigir para sacristia onde vestir-se-á e aguardará o início da celebração;

-Piedoso: Chegando na Igreja, o acólito, independente se vai servir ou não na liturgia, saúda Jesus Eucarístico e faz um breve momento de oração. Toda decisão parte de uma motivação primeira. Conversando com Jesus frequentemente, o acólito percebe sua motivação, sua razão de ser e querer ser um acólito(a). O acólito deve rezar o que vive e viver o que reza. Mas no que diz respeito à liturgia, o acólito conversa com JHS não tão-somente antes da Missa, como também após a Missa, agradecendo a Jesus pela Eucaristia recebida e pelo serviço prestado à Ele. Obviamente que durante a Santa Missa, o acólito está em oração, pois é o momento mais importante para ele: participar e servir na Santa Missa;

-Atencioso: A atenção de saber o dia em que está escalado para servir, a atenção de saber o que vai fazer durante a missa e preparar-se para tal, buscando ajuda se preciso for. O acólito é atencioso aos detalhes litúrgicos e por isso, durante a Missa, tem os olhos voltados para o altar, para o que está acontecendo para bem participar e contribuir com o seu serviço litúrgico;

-Silencioso: Considerando a sacristia como um lugar de preparação para Santa Missa, o acólito na sacristia buscará fazer o silêncio, não por causa somente do padre, mas por causa do próprio acólito, a fim de que ele se prepare e se interiorize para dar sentido ao seu serviço litúrgico. “O silêncio valoriza as palavras e as transformam”.

-Servo: A Santa Missa, é também um grande banquete que tem por objectivo reunir os fiéis e alimentá-los com o pão da vida. É preciso de servos para que o banquete seja melhor distribuído. Um servo de Deus, instrumento de Deus, precisa primeiramente se alimentar para “poder alimentar” os outros. Por isso, o acólito conforme a sua consciência, buscará a confissão quando necessário, para que possa comungar do Banquete, do corpo e sangue de Cristo sempre;

-Humilde: Ninguém nasce sabendo de tudo, por isso é necessário que o acólito sempre tenha a humildade de aceitar a ajuda, a formação, e também ser humilde em ensinar o irmão e auxiliá-lo quando preciso. O acólito não pode ficar com vergonha ou medo de perguntar. A humildade que não nos faz crescer no serviço do Senhor é vaidade;

-Responsável: Ser acólito como já vimos, não é uma profissão e sim uma vocação. Contudo, uma vocação tem a sua responsabilidade que implica na fidelidade ao que foi assumido. Ninguém renovou e fez as promessas do acólito perante a comunidade por teatro, fez por vontade própria respondendo ao chamado do Senhor. Portanto, o acólito é responsável com o compromisso que ele mesmo assumiu.

 

 

 

Papa Bento XVI- Encontro Mundial com Acólitos, 2006

 

“Queridos Acólitos, na realidade vós já sois apóstolos de Jesus! Quando participais na Liturgia desempenhando o vosso serviço no altar, ofereceis a todos um testemunho. A vossa atitude recolhida, a vossa devoção que parte do coração e se exprime nos gestos, no canto, nas respostas: se o fizerdes do modo justo e sem distracções, de um modo qualquer, então o vosso é um testemunho que toca os homens. O vínculo de amizade com Jesus tem a sua fonte e o seu ápice na Eucaristia. Vós estais muito próximos de Jesus Eucaristia, e este é o maior sinal da sua amizade por cada um de nós. Não vos esqueçais disto; e por isso vos digo: não vos habitueis a este dom, para que não se torne uma espécie de hábito, sabendo como funciona e fazendo-o automaticamente, mas descobri todos os dias novamente que se realiza uma coisa grandiosa, que o Deus vivente está no meio de nós, e que podeis estar próximos dele e contribuir para que o seu mistério seja celebrado e alcance as pessoas.

 

Se não cederdes ao hábito e desempenhardes o vosso serviço a partir do vosso íntimo, então sereis verdadeiramente seus apóstolos e dareis frutos de bondade e de serviço em todos os âmbitos da vossa vida: na família, na escola, no tempo livre. Levai aquele amor que recebeis na Liturgia a todas as pessoas, especialmente onde vos aperceberdes que falta o amor, que não recebem bondade, que sofrem e estão sós. Com a força do Espírito Santo, procurai levar Jesus precisamente àquelas pessoas que são marginalizadas, que não são muito amadas, que tem problemas. Precisamente ali, deveis levar Jesus com a força do Espírito Santo. Assim aquele Pão, que vedes repartir no altar, será ainda partilhado e multiplicado, e vós, como os doze Apóstolos, ajudareis Jesus a distribui-lo entre o povo de hoje, nas diversas situações da vida. Assim, queridos acólitos, são estas as minhas últimas palavras para vós: sede sempre amigos de Cristo”.

 

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